Federação de Judô de Mato Grosso do Sul

ATENÇÃO PARA AS TERMINOLOGIAS NAS TRANSMISSÕES DE JUDÔ

Parabéns pela excepcional cobertura do Campeonato Mundial de Judô. A titulo de colaboração e orientação quero esclarecer que alguns nomes de técnicas do Judô vem sendo colocadas e interpretadas de maneira errônea pelos comentaristas da Emissora, o que é desculpável, mas não os comentaristas judocas de expressão nacional e internacional.

Na terminologia do Judô, nomes vulgares como: “Catada”, “Baiana”, “Double leg”, “Relógio” e outros disparates, foram “inventados” pelos precursores e praticantes do denominado Jiu Jitsu Brasileiro, tentando assim desvincular o Judô e o Japão do tradicional Jiu Jitsu.

Dependendo de como o atleta pega ou segura à perna do adversário, a técnica pode ser Morote Gari, Kutchiki Taoshi, Kibisu Gaeshi ou Sukui Nague (Te Guruma, nome não mais utilizado), ou variações destes. Também não devemos confundir Hikikomi Gaeshi, Sumi Gaeshi e Obi Tori Gaeshi (nome não mais utilizado).

A denominação também vulgar de “Relógio” chama-se Okuri Eri Jime.

Finalizando, Kata Otoshi que mereceu chamada especial, não existe como técnica relacionada pedagogicamente ou competitivamente dentro do Judô. A denominação correta e oficial é Kata Guruma ou variação deste, (O.Borges, Kodokan e Universidade Waseda, 1970). Também dependendo da posição pode ser variação de Uki Waza, segundo o Kodokan em publicação e demonstração do Prof. Toshiro Daigo atualmente 10°Dan e Prof. Yoshimi Osawa 10°Dan (Kodokan e Universidade Waseda).

Se continuarmos banalizando estaremos colaborando mais ainda com a descaracterização do Judô. Ajude a cultivá-lo e não destruí-lo. Desculpa-me pela utilização do seu precioso tempo.

Estou à disposição para qualquer esclarecimento.

Um Abraço e o obrigado.

Atenciosamente

Prof. Ms. Odair Borges
7°Dan Judô

Odair Borges é mestre em Educação Física pela Universidade de São Paulo (USP) e foi integrante da Seleção Brasileira durante mais de 10 anos. Treinou, nestes anos, medalhistas que conquistaram trunfos em torneios nacionais e internacionais. Entre eles, Marcelo Figueiredo, tricampeão mundial de jiu-jítsu e vice-campeão mundial de judô.
Cabe ressaltar que sua tese de mestrado foi avaliada e aprovada no Japão. Na época, não havia uma banca examinadora brasileira preparada para analisar o trabalho de judô desenvolvido por ele.

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