Federação de Judô de Mato Grosso do Sul

Adversários de Pequim na mira do Brasil

Adversários de Pequim na mira do Brasil
Comissão técnica aproveitou as etapas das Copas do Mundo para filmar e estudar os possíveis rivais dos Jogos Olímpicos. Técnicos vão assistir ao Campeonato Europeu e seleções da França e de Portugal virão ao país treinar. Brasileiros viajam este mês

O foco das câmeras não era apenas o quimono com a inicial BRA nas costas. Mais do que filmar o desempenho dos judocas brasileiros, a comissão técnica da seleção brasileira de judô estava de olho nos possíveis adversários dos Jogos Olímpicos de Pequim. Em seis etapas das Copas do Mundo européias, foram gravadas centenas de horas de lutas. A exemplo do que foi feito no Mundial de 2007, no Rio de Janeiro, todas as imagens serão acompanhadas de estatísticas e estudos dos principais golpes dos rivais estrangeiros. Cada detalhe conta em busca da medalha olímpica.

“O equilíbrio no judô é muito grande e temos que olhar para todos os lados. Em cada categoria, diria que há oito, dez atletas com reais chances de subir ao pódio nos Jogos Olímpicos de Pequim”, avalia o coordenador técnico internacional da Confederação Brasileira de Judô, Ney Wilson. “Para se ter uma idéia, da Copa Jigoro Kano, em dezembro, para cá, levando em conta as sete Copas do Mundo realizadas, não tivemos campeões repetidos em 99% das vezes. Muitas vezes, nem os pódios se repetiram”, completa.

Graças a um investimento da CBJ junto com o Comitê Olímpico Brasileiro, as delegações brasileiras viajam sempre munidas de modernas câmeras filmadoras. No judô, é considerado anti-desportivo filmar treinamentos, porém a gravação de competições é permitida e largamente difundida.

“Trouxemos para a Europa todas as fitas que tínhamos do último mundial e, junto com as filmagens de agora, fizemos um trabalho bastante dinâmico. Atletas como Tiago Camilo e Leandro Guilheiro se aproveitaram bem deste recurso, estudando os adversários na véspera das lutas ou mesmo antes de entrar no tatame para lutar novamente”, conta Ney Wilson.

Até a entrada na Vila Olímpica, no dia 5 de agosto, o Brasil terá bastante acesso a seus rivais de Pequim. Já no dia 21 de março, a equipe viaja para treinamento no Japão. Em maio, a seleção olímpica da França vem ao Brasil para treinamento. Já o feminino recebe o time titular de Portugal. Em seguida, ambos competem a Super Copa do Mundo de Moscou. Em junho, a seleção masculina vai à Paris para treinar junto com França, Japão e Azerbaijão enquanto as mulheres estarão na Espanha para treinar ao lado das principais judocas européias.

“Vamos contemplar todas as escolas de judô em nossa preparação. Assim, atenderemos às necessidades de todas as categorias. Teremos o judô técnico do Japão, o judô força da França, sentiremos o leste europeu em Moscou, enfim, será uma preparação completa”, explica Ney Wilson, que vai assistir e filmar o Campeonato Europeu, última etapa qualificatória para as Olimpíadas na Europa. “Já saberemos mais claramente quais atletas têm chance de ir à China e faremos um acompanhamento mais próximo”.

Dentre as observações feitas pela comissão técnica até o momento, destaque para Azerbaijão e Mongólia, no masculino, e a China no feminino.

“Acredito que o Azerbaijão vá conseguir classificar atletas em todos os 14 pesos, o que não é fácil”, diz Ney Wilson.

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