Falar em superação soa clichê quando se trata dos atletas que representam o Brasil nos XVI Jogos Sul-Americanos. Todos tiveram de lutar muito para chegar a Lima, no Peru, onde está sendo realizada a competição. Mas poucos tiveram de superar uma barreira geográfica como a judoca Larissa Rianne, de 14 anos.

Moradora de Ladário, cidade de 20 mil habitantes do interior do Mato Grosso do Sul, ela precisa estudar e treinar na vizinha Corumbá para competir contra jovens de melhor nível. Para seguir de casa até Lima foi uma viagem de quase dois dias. Larissa foi até Corumbá, pegou um ônibus para Campo Grande, dormiu na cidade, pegou um voo para São Paulo e só então partiu em outro voo para o Peru. “Foi muito cansativo, mas deu para me recuperar para os Jogos”, conta.

Logo no primeiro dia da competição nas modalidades individuais, Larissa conquistou, na categoria -44kg, a medalha de ouro, repetindo o resultado das Olimpíadas Escolares Brasileiras deste ano. “Foi até fácil, difícil mesmo foi competir contra outros brasileiros em Fortaleza”, comenta a atleta, que ainda busca medalha na disputa por equipes.

Com nove anos de prática no judô, Larissa ascendeu cedo e já é faixa roxa, a penúltima antes da preta. “Espero estar com a faixa preta com 16 ou 17 anos”, aspira a garota, que já vem sendo tema de reportagens em seu estado. Sonho maior, porém, é estar em 2016 no Rio de Janeiro, no tatame. “Quero representar minha terra nas Olimpíadas”. A cidade de Ladário torce por isso.

Rafael Luis Azevedo
Assessoria de imprensa da Confederação Brasileira de Desporto Escolar (CBDE)